Nas nossas postagens, algumas vezes citamos o termo “Cadeia de Suprimentos” – ou “Supply Chain”. Você sabe o que esse termo representa e qual a sua importância na indústria?
Neste post, vamos te apresentar uma definição simplificada de “Cadeia de Suprimentos” e sua relevância para a indústria e o nosso dia-a-dia.
Por definição, o termo Cadeia de Suprimentos engloba os processos que um produto passa, desde o fornecimento das matérias-primas até a entrega ao consumidor final. É composta por um conjunto de operações que organizam a produção para atender às demandas do mercado. Em uma Cadeia de Suprimentos, há etapas de compras, fabricação, logística, vendas e distribuição. Além disso, podemos citar atividades de suporte, como as relacionadas à criação de novos produtos, ao atendimento ao consumidor, ao controle financeiro e ao marketing.
Uma boa gestão da Cadeia de Suprimentos pode prover benefícios para uma empresa, como redução dos custos operacionais, maior eficiência, integração de diferentes setores, aumento de competitividade e impulsionamento dos lucros. No contexto da Indústria 4.0, é um fator essencial pois serve de base para a estruturação de um processo estratégico capaz de garantir que a produção funcione com estabilidade, por meio da adoção de ferramentas e sistemas tecnológicos.
Algumas pessoas podem acabar confundindo Cadeia de Suprimentos com Logística. Fique ligado que nos próximos posts falaremos sobre Logística. Dessa forma você não terá mais dúvidas na diferenciação de cada um desses papéis na indústria!
Autor: enzo.frazzon
Modais de transporte
Já te contamos que uma das nossas linhas de pesquisa aborda a Modelagem e a Gestão de Sistemas Logísticos Inteligentes. Mas você sabia que o transporte de cargas ocorre por diferentes modais ao longo do território brasileiro?
A escolha do modal de transporte é uma etapa de extrema importância no planejamento logístico para atender às necessidades da empresa. Dentre os pontos a serem considerados na hora de escolher o modal, estão: o prazo de entrega, os custos, a carga a ser transportada, além da condição da rota a ser utilizada. No Brasil são utilizados 5 principais modais de transporte, sendo eles:
Rodoviário: é o modal mais utilizado no Brasil, responsável por cerca de 75% da distribuição, possui alta flexibilidade de rota, é prático e fácil de ser contratado. Entretanto, em longas distâncias, o tempo de transporte é elevado, se comparado a outros modais, e os custos variam proporcionalmente aos valores dos combustíveis e da manutenção dos caminhões. Além disso, o modal rodoviário é o meio mais exposto a furtos e extravios de carga.
Ferroviário: é uma ótima alternativa de transporte para distâncias maiores, pelo fato de ser mais barato, seguro e rápido do que o transporte rodoviário. Entretanto, no Brasil existem poucas ferrovias ao longo do território, gerando uma grande limitação de rotas para transporte.
Hidroviário: é um modal que suporta grandes quantidades de carga, possui custo menor do que o modal rodoviário e é capaz de realizar viagens de longa distância. No entanto, é mais difícil de ser contratado, possui um tempo de viagem maior, se comparado aos outros modais, e não possui flexibilidade de rotas.
Aeroviário: é um modal ágil, seguro e bastante flexível. Apesar de possuir altos custos e de depender de um segundo tipo de modal para concluir a entrega, o transporte aéreo é muito procurado por empresas com produtos de alto valor agregado, perecíveis, frágeis ou de validade curta.
Dutoviário: é um modal limitado ao transporte de gases, fluidos líquidos e materiais semelhantes. Possui um baixo custo (após instalado) e é seguro, entretanto, possui alto custo inicial de instalação e baixa flexibilidade de rotas.
E aí, você já tinha parado para pensar em todo o trajeto que o seu produto faz para chegar até você e os modais utilizados para isso?
Logística portuária
Já te contamos sobre Cadeia de Suprimentos e também sobre Logística, mas você conhece como funcionam as suas aplicações no setor portuário? Neste post falaremos mais sobre isso, trazendo também alguns exemplos de estudos na área.
A área portuária engloba não somente os terminais portuários, e, dessa forma, a logística portuária pode ser definida como a gestão de mercadorias e movimentação de pessoas e maquinário, sendo realizada tanto em ambiente terrestre ou marítimo, de acordo com a legislação que afeta a exportação, a importação e a cabotagem, nacional ou internacionalmente. Envolve o transporte, o armazenamento e o recebimento de produtos e/ou insumos, sendo que cada etapa possui horário e local corretos para acontecer. Alguns dos profissionais que atuam nos portos são estivadores, operadores de equipamentos, caminhoneiros, despachantes aduaneiros, importadores e exportadores, fiscais de órgãos públicos e a Polícia Federal.
Para você ter uma dimensão da importância da logística portuária, o transporte marítimo representa 90% do transporte no comércio internacional. No Brasil, cerca de 80% das exportações são via mar. Espalhados pelo mundo existem mais de 2 mil portos.
Coordenar e organizar os processos e o transporte são grandes desafios neste setor, já que se trata de um maquinário de grande porte e cargas em um alto fluxo. O devido planejamento é fundamental para seu pleno funcionamento, sem o surgimento de gargalos que possam causar atrasos e consequentes prejuízos.
Portos com logística favorável ao fluxo de mercadorias, utilizando tecnologias modernas e eficientes, servem como atração de novos investimentos para o país. Atualmente, o principal desafio no Brasil é a evolução da infraestrutura de seus portos, já que o país tem uma costa com 8,5 mil quilômetros navegáveis, o que demonstra sua grande capacidade em desenvolver pesquisas na área.
Curtiu o assunto? Aqui no laboratório temos duas pesquisas em desenvolvimento na área, por Maurício Randolfo Flores e Yuri Triska. Confira alguns dos artigos publicados por eles para aprender mais:
1 – Design of Flexible Truck Appointment System based on Machine Learning approach – International Journal of Logistics Systems and Management – Disponível aqui
2 – Proposta de otimização dos processos logísticos do Porto de Itajaí utilizando Simulação e indicadores da Teoria das Filas – Produção Online – Disponível aqui
3 – Proposition of a simulation-based method for port capacity assessment and expansion planning – Disponível aqui
4 – Smart port terminals: conceptual framework, maturity modeling and research agenda – Disponível aqui
Canais de vendas
Você já ouviu falar sobre os diferentes tipos de canais utilizados para conectar o cliente com o varejista? Nesse post iremos explicar sobre os 3 principais tipos de canais utilizados no comércio de produtos.
Até meados dos anos 90, as lojas físicas dominavam o setor varejista. Com a popularização da Internet, as vendas provenientes do canal online aumentaram consideravelmente através de lojas puramente digitais. Era comum a utilização de um único canal de vendas ao consumidor, denominado single-channel. Nesse modelo de negócio, o varejista opera em um único canal de vendas – online ou offline – e possui um respectivo sistema logístico. A facilidade de controle e minimização de custos são as principais vantagens desse modelo, entretanto, a empresa fica limitada a captar novos clientes.
Frente a essas desvantagens, diversos varejistas iniciaram o movimento de abertura de lojas em mais de um canal, dando surgimento ao conceito multi-channel. Nele, o varejista opera em vários canais (loja física, loja virtual, e-mail, redes sociais, telefone, entre outros) independentes em relação às operações e a logística. Ademais, os canais não possuem conexão entre si, operando de forma independente. Diferente do single-channel, o multi-channel requer um controle maior dos inventários e das operações devido à sua complexidade, no entanto, permite uma maior visibilidade e presença da empresa, empoderando seu crescimento.
Nos últimos anos, as lojas virtuais voltaram a ganhar força, oferecendo aos consumidores ampla variedade de produtos e entregas com baixo preço ou até mesmo gratuitas. Com isso, varejistas com múltiplos canais iniciaram o movimento para um modelo mais integrado visando aumentar o seu diferencial competitivo, denominado omni-channel. Nele, nem o cliente, nem o varejista, são capazes de diferenciar os canais. Para o consumidor, a coerência da informação em todos os pontos de contato com o varejista garantem uma experiência única. Já para o varejista, isso se dá pela presença de uma única interface logística com a integração de estoques, transportes e processos. Consequentemente, isso impõe que os varejistas ajustem suas redes de distribuição para atender a demanda tanto do canal físico quanto do online. A principal vantagem é facilitar o contato do cliente com o varejista, podendo ocorrer de diversas maneiras, independente de onde começou, por exemplo: o cliente pode iniciar uma compra pela loja física, tirar dúvidas por ligações e fechar a negociação por e-mail ou pelo site da loja e receber o produto em sua casa, ou ainda, retirá-lo em um ponto de coleta.
Last mile
Você já ouviu o termo “Last Mile” para tratar da logística de produtos comprados on-line? E sobre Redes de Distribuição de produtos? Você já rastreou a entrega de um produto comprado online? Nesse post, iremos explicar como a logística da última milha entre o varejista até a sua casa funciona.
A Last Mile – logística da última milha – representa a etapa final de entrega de um produto ao consumidor final. A importância dessa etapa logística vem aumentando nos últimos anos devido ao aumento acelerado na expectativa dos consumidores em relação a todo o seu processo de compra – desde a navegação dos canais, até o recebimento do pedido – muito influenciada pelas comodidades do varejo omni-channel. Na questão logística, em específico, os consumidores esperam que seus produtos sejam entregues de maneira rápida e profissional, independente do canal utilizado para compra e da modalidade de frete escolhida.
A Logística Last Mile se tornou ainda mais complexa com a oferta de diferentes modalidades de envio de pedidos, que variam de acordo com as formas de entrega (entrega do produto em casa, ou clique e retire), opções de transporte (rede de transporte própria da empresa, autônomos, transportadoras, correios, etc). Além disso, a depender do produto e da localização do consumidor, há um diferente nível de urgência no tempo de recebimento das encomendas. Por exemplo, espera-se que um medicamento ou alimentos sejam entregues em poucas horas após a entrada do pedido, enquanto um móvel para casa pode ser esperado por dois ou mais dias após a compra.
Para atender a essa demanda, o varejista pode efetuar o despacho das ordens de diversos níveis de sua cadeia de suprimentos: desde o centro de distribuição – que pode ser dedicado exclusivamente ao mercado online, ou integrado para os canais físico e digital – até as lojas – que podem funcionar como mini centros de distribuição ou pontos de coleta de mercadorias.
Toda essa orquestração deve ser combinada para proporcionar a maior conveniência para o consumidor, aumentando a sua satisfação com o varejista e incrementando o ciclo de novas compras.
Simulação: Principais paradigmas
Aqui na página nós citamos a simulação como um recurso muito utilizado para visualizar e testar o comportamento de sistemas reais em ambiente computacional, mas você conhece as suas aplicações e classificações?
Se ainda não conhece e tem interesse em saber mais, neste post apresentamos o que é uma simulação e quais são os seus principais paradigmas, então siga conosco!
A simulação consiste na utilização de técnicas matemáticas, empregadas em computadores, as quais permitem imitar o funcionamento de, praticamente, qualquer tipo de operação ou processo do mundo real através da experimentação. A simulação utiliza modelos, que são representações simplificadas da realidade, para representar sistemas, que são a visão da realidade em si. Alguns softwares, como o ”AnyLogic”, ”Arena”, ”Matlab”, ”Vensim”, “Anylogistix”, entre diversos outros, são utilizados para a modelagem e simulação dos sistemas. Em geral a simulação pode ser subdividida em 3 classificações:
– Simulação de Eventos Discretos: método cuja evolução dinâmica depende da ocorrência de eventos, que são definidos em um espaço de tempo. Cada evento ocorre em um determinado instante de tempo e marca uma mudança de estado no sistema.
– Simulação Baseada em Agentes: ocorre com a modelagem de sistemas compostos de agentes autônomos – podendo ser pessoas, animais, bactérias, plantas, veículos, organizações, etc. – que se comportam de maneira potencialmente complexa e interagem entre si e com o ambiente em que estão inseridos ao longo do tempo. À medida em que modificam o ambiente, os agentes se auto modificam, reagindo ao impacto que transformações ocorridas no seu entorno possam ter sobre eles.
– Dinâmica de Sistemas: formula problemas complexos sob a ótica de um sistema para entender as relações entre suas diversas partes e o seu comportamento no tempo levando em consideração a não-linearidade. Pode ser dividida entre a simulação de Diagramas de Causa e Efeito, que representa a relação causal entre variáveis, que podem apresentar relações positivas (diretamente proporcionais), ou relações negativas (inversamente proporcionais); e a simulação de Diagramas de Estoque e Fluxo, que são representações gráficas de modelos conceituais que auxiliam a compreensão das interrelações de um sistema.
Aqui no laboratório, a maioria dos projetos utiliza algum método de simulação para desenvolver novas metodologias. Confira os estudos já realizados no nosso site: Publicações ProLogIS
Linhas de Pesquisa: Manufatura
Quais as linhas de pesquisa do ProLogIS?
Como comentamos na semana passada, o ProLogIS possui duas principais linhas de pesquisa: a Modelagem e Gestão de Sistemas Logísticos Inteligentes e a Inteligência de Dados em Organizações e Sistemas Produtivos.
Já te explicamos sobre os Sistemas Logísticos Inteligentes, então hoje vamos te apresentar a segunda linha de pesquisa.
Afinal, o que são Sistemas Produtivos?
Um Sistema Produtivo pode ser definido como um conjunto de elementos alocados de forma interligada para a produção de um bem ou serviço. Estes elementos são compostos por trabalho, matéria-prima e instrumentos de produção, dentre outros.
Historicamente, o processo produtivo tem evoluído constantemente, principalmente através das revoluções industriais. A mais recente, e objeto de estudos, é a quarta revolução, mais conhecida como Indústria 4.0. Com ela têm sido desenvolvidas tecnologias, tais como computação em nuvem, big data, robótica, que aprimoram a conexão entre os elementos do sistema, trazendo uma visão mais integrada e eficiente. Nesse contexto surgiu o termo “Inteligência de Dados” que utiliza informações qualificadas para agregar inteligência às tomadas de decisão que comandam a produção de bens e serviços.
Após essa explicação sobre os termos você pode se perguntar, quais os principais tópicos de estudo? No laboratório, essa linha de pesquisa utiliza técnicas computacionais como inteligência artificial, digital twins e machine learning, para a aplicação em sistemas produtivos visando o aprimoramento do processo e o aumento da competitividade das organizações.
Linhas de Pesquisa: Logística
Quais as linhas de pesquisa do ProLogIS?
Atualmente o ProLogIS possui duas principais linhas de pesquisa: a Modelagem e Gestão de Sistemas Logísticos Inteligentes e a Inteligência de Dados em Organizações e Sistemas Produtivos.
Nesse post iremos apresentar a primeira delas.
Afinal, o que são sistemas logísticos inteligentes?
Um Sistema Logístico consiste na interligação das etapas do processo logístico de determinada empresa, desde a aquisição da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente.
Até algum tempo atrás, a gestão das etapas desses processos logísticos era realizada de modo manual. Entretanto, há cerca de dez anos ocorreu o movimento da Indústria 4.0 e o desenvolvimento de diversas tecnologias, tais como a Internet das Coisas, o Big Data e os Sistemas Ciber-Físicos, que atualmente estão passando a ser utilizadas pelas empresas para automatizar parte da gestão de seus processos logísticos. A partir dessa conexão é que surge o termo “Sistemas Logísticos Inteligentes”.
Com esse resumão você já deve estar imaginando o que estamos pesquisando por aqui, né? Mas deixa a gente te explicar: essa linha de pesquisa aborda a integração de conceitos, tecnologias e métodos avançados de apoio à tomada de decisão operacional (baseados em simulação, otimização e/ou análise de dados) para a gestão de sistemas logísticos.
Pesquisa Bruna Rigon de Oliveira
Bruna Rigon de Oliveira é pesquisadora do ProLogIS e, além de atuar em projetos do laboratório, está desenvolvendo sua dissertação de mestrado, que pode ser descrita da seguinte forma:
Do carrinho de compras à entrega do pedido, a logística é um fator crucial para a satisfação dos consumidores do comércio eletrônico. Com o avanço contínuo das tecnologias digitais e a crescente adoção do modelo omni-channel pelos varejistas, as redes de distribuição enfrentam o desafio de oferecer entregas flexíveis às demandas dos consumidores. Nesse contexto, como um varejista que atua no formato omni-channel pode configurar a operação de sua rede de distribuição para oferecer diversas opções de entrega de pedidos on-line aos consumidores?
Isso é o que a pesquisa da Bruna busca responder. A mestranda propõe uma estrutura operacional de rede de distribuição para atender pedidos provenientes do comércio eletrônico por três diferentes modalidades, visando disponibilizar aspectos relevantes para as particularidades de diferentes consumidores, tais como a velocidade na disponibilização do pedido para entrega ou coleta, e a possibilidade de agendamento da entrega em domicílio para turnos específicos. Com isso, as descobertas deste estudo oferecem aos varejistas uma compreensão holística de suas redes de distribuição e propõem percepções valiosas para aprimorar seus processos de distribuição de pedidos.
A dissertação está disponível no link: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/252948
Pesquisa Bruno Vieira
Bruno Vieira é pesquisador do ProLogIS e, além de atuar em projetos do laboratório, está desenvolvendo sua tese de doutorado. Confira o que ele compartilhou conosco sobre a sua pesquisa:
Problema de entregas com drones auxiliados por caminhões ou por warehouse flutuante.
O problema de entregas com drones auxiliados por outros veículos é recente e sua solução pode viabilizar uma revolução no serviço de entregas. Para além disso, pode representar uma atuação nunca até então vista na mitigação de desastres, permitindo, por exemplo, que mantimentos cheguem muito rapidamente aos seus destinos.
O problema ganhou mais popularidade após o registro de uma patente da Amazon de um sistema de entregas por drones, auxiliados por uma espécie de dirigível que funcionaria como um grande armazém flutuante.